Marcos Palmeira faz 61 anos e reflete sobre fama de galã: ‘Nem bonito, nem feio. Um brasileiro comum’
No dia de seu aniversário, ator reflete sobre seus sonhos, a relação com a filha e explica a importância das sessões de terapia: 'Sigo mergulhando nos meus fantasmas e buscando resolver minhas questões'
Marcos Palmeira já foi mocinho, vilão, mas nunca deixou de lançar seu charme na telinha para a alegria dos telespectadores. Dono de um talento ímpar, o ator completa 61 anos neste sábado e colhe os frutos de uma vida de realizações.
Trabalhando a todo vapor, ele estrela no cinema “O Barulho da Noite”, apresentado no Festival de Gramado, se prepara para brilhar no spin-off de “Cidade de Deus”, na HBO, e aguarda novos trabalhos em novelas, após brilhar como Zé Leôncio em Pantanal.
Zé Leôncio e Filó em Pantanal — Foto: Victor Pollak/Gshow
“Eu sempre vivi muito o momento e me sinto um homem de 60 anos com bastante saúde. Fui vivendo e não sinto muito esse tempo. Me sinto honrado. É um privilégio enorme estar fazendo essa idade com tantas perspectivas de trabalho. Isso não é comum no mercado e só agradeço.”
O ator conta ao gshow que faz terapia há 20 anos para se conhecer melhor e dar mais qualidade às suas relações. O título de galã, conquistado ao longo desses anos, não é algo que mexe com sua vaidade. No reflexo do espelho, ele garante que enxerga um brasileiro comum.
Marcos Palmeira — Foto: Reprodução
“Essa coisa do galã quem gosta é minha mãe. Nunca me vi como galã. Não me acho bonito, mas tem alguma coisa, um carisma, sei lá. Mas também não sou um cara feio. Não tenho uma beleza clássica e acho que sou um brasileiro comum com mistura de traços.”
Ser um sexagenário não lhe causou crises de idade. Muito pelo contrário. Marcos usou esse tempo para se dedicar ao autoconhecimento e ver o lado bom dos anos de experiência:
“Sou um cara de 60 anos que está lutando para ser uma pessoa melhor, melhorar suas relações e educar uma filha dentro de um mundo melhor, com um pouco da minha visão de mundo. Sou um cara mais antenado, mais maduro e a gente ganha muito com a idade. Sigo fazendo terapia, mergulhando nos meus fantasmas e buscando resolver minhas questões.”
Marcos Palmeira — Foto: TV Globo/João Miguel Junio
“Estou feliz com as realizações, a terapia ajuda muito. Passei por algumas fases buscando autoconhecimento, errar menos e ter consciência que estou fazendo escolhas mais seguras. Melhor opção que a gente tem é envelhecer e quanto mais saúde a gente tiver, melhor ainda.”
Preciosa
Marcos Palmeira e a filha, Júlia — Foto: AgNews
O ator tem uma única filha, Júlia, de 15 anos, de seu relacionamento com diretora Amora Mautner. Casado com a cineasta Gabriela Gastal, desde 2016, ele diz que mudou depois da paternidade:
“Minha relação com a Júlia é ótima e aprendo muito. A partir do nascimento dela, meu olhar sobre a vida, meu entendimento mudou. Fui resgatar questões dessa criação com esse machismo ancestral. Não penso em ter mais filhos. A Gabi já tem uma filha, tenho enteada, então são duas. Júlia é uma grande joia da minha vida.”
Marcos admite ser vaidoso, mas alerta sobre as perigosas comparações: “A interferência estética é pessoal, mas temos que tomar cuidado, porque trabalhamos muito no foco do outro, da comparação, do querer ser melhor, mas bonito, mais jovem. Jamais será quem tu não és. Já sou um homem de 60 anos, com qualidade de vida. Essa é a questão.”
“Como alimentos orgânicos, faço pilates, nado, jogo tênis, corro, jogo futebol, ando de bike, procuro estar em atividade. Tenho uma vida saudável equilibrando com uns pezinhos na jaca de vez em quando. Ninguém é de ferro.”
O artista diz que gosta de se ver nas reprises mais jovem e aprende muito com seus trabalhos mais antigos: “Acho curioso, vejo tudo que faço e aprendo muito me vendo sempre procurando melhorar. Ainda me vejo naquele lugar. O outro que enxerga na gente a idade, velhice, cabelo branco, rugas. Estando com saúde a gente se sente sempre jovem.”